50 Tons de Cinza

A História de O

Em vários eventos dos últimos dias em que estive foram diversas as pessoas que me abordavam perguntando sobre o livro 50 tons de cinza.

Algo que me chamou mais a atenção foi o fato de muitas das meninas terem ficado chocadas e eufóricas ao mesmo tempo pelo fato de ter sido uma mulher a escrever tal livro.

É fascinante como hoje em dia nos vemos ou nos pegamos espantadas com coisas feitas por outra mulher, principalmente as pioneiras. Não que nenhuma outra jamais tenha escrito textos do gênero, mas simplesmente porque foi escrito agora em um tempo em que a mídia pode ao mesmo tempo derrubar ou ascender um bom autor.

Um clássico bem mais antigo, para quem gosta do gênero é a História de O. Muito interessante para aquelas que conseguem manter a mente aberta para possíveis práticas ou mesmo para tão somente fantasiar com tais atos sadomasoquistas.

O fato de uma mulher gostar de uma coisa mais selvagem não a torna uma escrava das bestialidades masculinas, mas sim dona de si mesma e senhora de sua própria vontade.

Mas, se nem sequer tentamos fazer as coisas mais básicas na cama, como é que podemos preparar nossas mentes e nossos corpos para coisas mais picantes?

Simples, basta tentar aos poucos. Se alguém se julga fã de algumas práticas mais pesadas, isto não quer dizer que todas as vezes em que vai transar deve pegar o chicote e as algemas. Isto quer dizer, simplesmente, que mantém a mente aberta às chances e desejosque aparecem.

A submissão sexual feminina pode ser vista de vários aspectos, tanto do positivo, curioso ou do totalmente absurdo: vai muito de quem lê, da religião e até mesmo da criação abusiva incutida na mente de muitas de nós.

Não digo que tenhamos que ser submissas e aceitar tudo o que um homem diz, “credo, por deus de novo não”. Isto não. Digo apenas que na hora do sexo, muitas coisas que fazemos não precisam participar de uma crença, basta ser gostoso e prazeroso.

Levar tapas, ouvir palavrões, ser amarrada e subjugada, ou mesmo fazer o contrario amarrar o cara e virar uma verdadeira dominatrix. Vai do gosto do casal e mais importante ainda, vai do que é estipulado e até que ponto se pode ir.

Muitas mulheres sentem o que chamo de ressaca moral após uma noitada punk, em que tudo leva a tudo após muita bebida e pouca leitura. Tudo parece fácil e maravilhoso, mas há que se pensar se realmente podemos aguentar a carga de maneira física ou apenas deixar em nossa imaginação, onde podemos tudo, aguentamos muito mais e nada de mau acontece.

Bom, o que posso colocar é que os livros são realmente muito bons e que aguçam nossos sentidos. É quase impossível não sentir um calorão após algumas páginas ou alguns capítulos. Porém, para chegar ao nível das mulheres de nossos livros, o casal tem que ter a mente mais que aberta: deve haver diálogos francos e abertos.

Beijos a todas,
Cris Fontoura

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